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Quarta-feira, 08-05-2024 00:49
Periodicidade Semanal Nº 4024
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Apesar de ainda não ser seguro que Marius Niculae
regresse ao Sporting, neste momento surge a dúvida se pode ou não ser inscrito
por ter actuado por dois clubes diferentes esta época, parece-me uma opção na
linha do que o FC Porto fez. E agora surge a discussão, devem os clubes
portugueses apostar em jogadores que não trarão benefícios financeiros para o
clube? Deve o Sporting demarcar-se dos modos de gestão dos azuis e brancos? Faz
sentido os clubes portugueses importarem jogadores próximos do fim de carreira
quando a nossa Liga é uma Liga exportadora (o campeonato que maior lucro
financeiro obteve no defeso)?
Quanto à primeira questão sim. Os clubes não vivem só
de jogadores novos ou velhos, vivem de equilíbrios. São esses equilíbrios que
lhe permitem ter equipas competitivas, planteis psicologicamente aptos e contas
em dia. Planteis muito jovens são desequilibrados psicologicamente, quando tudo
corre bem são os maiores, quando começam as adversidades demoram a erguer-se. Tacticamente
são mais expostos ao erro, apesar de tecnicamente serem mais fortes, o que lhes
exponencia a parte técnica. Financeiramente são sempre mais rentáveis, pois a
especulação futura em torno do seu desenvolvimento e o facto de durarem mais épocas
a isso justifica. Planteis demasiado idosos são o oposto, têm um maior equilíbrio
emocional, no campo ocupam melhor as posições, conseguindo antever o desenrolar
do jogo com maior facilidade. Fisicamente não aguentam tanto, nem num só jogo,
como durante a época, o que os limita tecnicamente. Financeiramente não há
perspectiva de retorno, o que lhes dá uma maior estabilidade pois não têm
ilusões nem sonhos quanto a contratos futuros. A simbiose entre irreverência e
experiência costuma trazer bons resultados desportivos e financeiros, quanto
melhor for a equipa mais valorizado fica o indivíduo. Quantos jogadores saem
por verbas enormes e chegam ao destino e não rendem? Nas grandes equipas a soma
das partes é inferior ao todo.
Segunda dúvida, deve o Sporting deixar de ter
relações de proximidade ou comerciais com o FC Porto? Deverá imitar o seu modelo
de gestão? Na minha opinião sim e não. O Sporting é único e pretende-se que se
mantenha assim, isso é uma das coisas que faz dele um “Grande”. De qualquer forma
isso não invalida que possa haver transacções comerciais, os objectivos podem
ser os mesmos mas os interesses não, se ambos conseguirem um entendimento e
aquilo que procuram, parece-me óbvio que é benéfico. Seja com o FC Porto, com o
Benfica ou outro qualquer. Se bem que a questão em relação a outro qualquer
nunca se põe, só com estes dois é que se levantam inúmeras questões, quase
todas irracionais. Qual é o problema de antes de uma corrida eu trocar um
refrigerante por uma garrafa de água com um adversário? Eu prefiro água, ele
prefere um refrigerante ficamos ambos satisfeitos. Se depois a água for mais ou
menos benéfica que o refrigerante no decurso da corrida, é apenas uma questão
estratégica, alguém optou mal. Como em todos os negócios há sempre alguém que
lucra mais e não é por causa disso que se deixam de fazer, seja com o Benfica,
FC Porto, Manchester United ou Real Madrid, o conceito aplica-se para todos.
Última questão, sim faz sentido comprarmos jogadores
em fim de carreira. Os clubes portugueses por norma tem planteis jovens pelo
que não lhes faz mal nenhum, bem pelo contrário, comprarem atletas mais
experientes. São menos dispendiosos e desportivamente mais fáceis de integrar.
Como estamos no mercado de Inverno, não há margem para adaptações, ou rende ou
não rende. Pretende-se o imediato, e como o imediato exige sapiência,
experiência e cultura táctica, os jogadores em fim de carreira tem essas características
mais exponenciadas. Basta olhar para as ligas mais competitivas, o Manchester
United fez regressar o Paul Scholes a meio da época passada depois deste ter
terminado a carreira. O Paris Saint-Germain vai assinar com o Beckham que tem
37 anos. O Atlético de Madrid inscreveu o Futre como jogador quando ele era
Director Desportivo. Resisti a ir ao campeonato italiano onde os jogadores têm
uma durabilidade muito maior. Qualquer defesa ou avançado com 36 ou 37 anos é
visto como uma excelente opção, assim esteja bem fisicamente claro. Agora é necessário
fazer uma boa gestão, de forma a que os activos jovens tenham a possibilidade
de se valorizar, permitindo assim encaixes financeiros. Uns não anulam os
outros, complementam-se.
Por fim, espero que o Niculae venha em boas condições
físicas (saiu do Sporting no auge da idade pelo oposto!), pois tecnicamente e
fisicamente é um jogador poderoso que poderá acrescentar valor à equipa. Fixa
bem os defesas, protege bem a bola e, a julgar pela época no Vaslui, continua a
marcar.
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