Os encarnados venceram o Setúbal de uma maneira fácil e clara sem, no entanto, deslumbrarem. O Benfica marcou cedo, aos 4 minutos num grande golo de Enzo Pérez, mas a partir daí abrandou por completo a intensidade e a velocidade de jogo. Manteve-se no meio campo sadino, continuou a pressionar alto mas de uma forma passiva. O Vitória de Setúbal manteve a estratégia com que entrou para o encontro, com um bloco defensivo baixo e a espreitar o contra-ataque. As oportunidades não surgiram em sintonia com o domínio territorial que o Benfica exercia e os sadinos concediam. Os encarnados utilizavam preferencialmente o corredor direito, tentando explorar a boa forma de Sálvio, deixando o flanco esquerdo a assistir ao jogo, tão poucas foram as vezes que Luisinho e Ola John foram solicitados. No início da segunda parte o Benfica fez questão de dissipar, as poucas, dúvidas que existissem sobre o vencedor e aumentou o score para 3-0 nos primeiros 10 minutos. Quem pensou que o resultado pudesse atingir números mais desnivelados enganou-se, os homens da Luz voltaram a tirar o pé do acelerador e o jogo entrou numa toada morna novamente. No Benfica destaque para o grande golo de Enzo Pérez, para Lima, que continua com a veia goleadora bastante activa e para Sálvio, que mesmo sem imprimir grande velocidade ao jogo sempre que acelera cria muito perigo. Destaque negativo para as perdas de bola e as deficientes transições ataque-defesa, não fosse o Setúbal ser uma equipa lenta a sair para o ataque e outros problemas poderiam ter surgido. No Vitória sobressaiu Kieszek, que apesar dos três golos ainda evitou outros tantos, Jorge Luiz, que foi conseguindo interceptar vários lances potencialmente perigosos, e Cristiano, tentou sempre levar a equipa para o ataque com velocidade, apesar do pouco apoio que tinha. Pela negativa a confrangedora lentidão com que os vitorianos saíam para o ataque e a forma fácil como perdiam a bola sempre que o Benfica pressionava mais activamente. Em suma, um jogo que não reflecte em pleno o momento do Benfica, tem feito muito mais nos jogos anteriores, e que deve preocupar os sadinos, pois deram uma ideia de grande fragilidade neste jogo, para o qual os encarnados nem apertaram muito.