O
Portugal-Equador de hoje vai ficar marcado pelo incidente verificado à
chegada de Cristiano Ronaldo ao estágio da selecção, em Guimarães. Um
brincalhão resolveu gritar por Messi no momento em que o CR7 se
apresentou e a coisa logo assumiu foros de caso nacional, que muitos
lembrarão mais logo: se o jogo correr bem, será a resposta aos ingratos;
se correr mal, será porque o capitão se sentiu injustiçado. Na verdade,
não é nada disso.
O que se passou foi uma brincadeira. De mau
gosto, é verdade, mas não o suficiente para justificar reflexões tão
elaboradas acerca da identidade nacional como as que já se ouviram por
aí. Nem para explicar o suspiro profundo com que Cristiano Ronaldo
pontuou a resposta às perguntas que lhe fizeram sobre o tema, a mostrar
que ficou afectado (ainda que tanto por ouvir gritar por Messi como por
lhe falarem disso).
Se serviu para alguma coisa, o caso valeu para
não se falar tanto sobre questões bem mais prementes neste jogo de
Portugal com a 12a equipa do Mundo nessa lista estranhamente ordenada a
que a FIFA ainda chama ranking. Como a explosão de Éder, já a justificar
que seja ele a primeira escolha para o ataque, a falta que ali faz
Pepe, cada vez mais um caso à parte entre os defesas centrais, ou as
razões que levaram à prematura chamada de André Gomes à equipa
principal. Mais logo far-se-ão todas as contas.