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Domingo, 28-04-2024 09:06
Periodicidade Semanal Nº 4014
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Benfica
O Benfica conseguiu
ontem preciosa vitória contra os estudantes. Um golo, no final da partida de
grande penalidade, manteve os encarnados de braço dado na liderança da liga.
Uma partida não muito bem conseguida por parte dos homens da Luz, onde lhes
faltou velocidade e alguma criatividade. De qualquer forma foi um jogo de
sentido único, onde a derrota do Benfica nunca esteve em causa e apenas o
empate pairou no ar, devido à ineficácia do seu ataque. Sem Cardozo e Matic as
apostas recaíram em Rodrigo e André Almeida, que sem fazerem um jogo brilhante,
não foi por eles que os encarnados emperraram no ataque. Uma primeira parte sem
golos, onde a lentidão nos processos ofensivos e a falta de espaço nas costas do
adversário não lhe permitiu muitas oportunidades. A segunda parte começou na
mesma toada, alguns ataques perigosos que não culminavam em golo. Jorge Jesus
percebeu que tinha de alterar alguma coisa, manter a largura mas aumentar a
altura e a compleição física na área e lançou Kardec. Uma opção ajustada
perante o que se estava a passar, apesar do brasileiro ter acrescentado pouco
individualmente. O preterido foi Ola John, aqui não percebi, tirar um ala para
pôr mais um avançado quando já tinha dois! Ainda para mais quando o holandês,
sem brilhar muito é certo, era dos jogadores que até estava a dar alguma
dinâmica à partida! Passar Rodrigo para extremo era adaptar, mas como JJ gosta
de adaptações… Mas também só durou 6 minutos, aos 66 Gaitán substituiu Rodrigo
e tudo voltou ao normal, com a variante que Kardec é um avançado mais imponente
e mais forte no jogo aéreo. Um minuto depois a última substituição, Carlos
Martins por André Almeida, o jogo permitia este tipo de risco e o técnico
benfiquista lançou mais um jogador criativo em detrimento do equilíbrio da
equipa. O resultado destas apostas foi nulo, o Benfica continuou a criar
oportunidades de quando em vez, apesar de estar constantemente no meio campo
adversário. A Académica defendia com quase toda a toda a equipa atrás da linha
de bola, a excepção era Edinho, e raramente permitiu espaços nas suas costas,
muito menos no centro da área, o que não significa que não sofresse alguns calafrios.
E quando o empate parecia ser o resultado mais certo, eis que o Benfica chega à
vantagem por Lima, na transformação de uma grande penalidade. Um resultado
justo por números escassos, tendo em conta a produtividade de ambas as equipas.
Académica
Foi por pouco, mesmo
muito pouco, que a Académica não saiu da Luz com um ponto. Apesar de quase ter
conseguido, a verdade é que não o merecia. Recuar linhas e pô-las todas atrás
da linha de bola eu percebo, ocupar os espaços consoante os pontos fortes do
adversário também percebo, agora abdicar de atacar, isso é que eu já não entendo.
Os estudantes perderam ontem a possibilidade de saírem do Estádio da Luz com
três pontos. A estratégia de Pedro Emanuel defensivamente resultou
razoavelmente, o Benfica não criou muitas oportunidades, não conseguiu ter
espaço para desenvolver ataques rápidos e raramente apareceram jogadores sem
marcação. Só que o futebol joga-se com duas balizas, e se numa o treinador
academista montou uma estratégia, que não sendo perfeita nem isenta de erros
foi funcionando, em relação à outra abdicou completamente dela. Quem joga para
o empate normalmente perde, costuma-se dizer, para mim quem joga para o empate
devia perder sempre. E não vale pena dizer que quem elogiou o Manchester por
baixar linhas contra o Real, agora não pode criticar o jogo dos academistas.
Falso, o Manchester baixou linhas e esteve à espera do erro do adversário, tudo
isto é verdade, mas sempre que teve a bola procurou a outra baliza, Aliás, os
ingleses marcaram um golo e criaram várias oportunidades para marcar, podendo até
ter vencido a partida. Ora isto foi coisa, que ontem não esteve em causa. A
Académica limitou-se a destruir e dar a bola ao adversário. Se os estudantes tivessem
mais audácia, a partir dos 75/80 minutos com um pouco mais de critério, apenas
um pouco não era preciso muito, na saída de bola teriam feito estragos sérios
na Luz. O Benfica estava completamente desequilibrado, só Luisão e Garay se
mantinham na linha defensiva, todos os restantes estavam envolvidos no processo
ofensivo e, mal posicionados para uma transição ataque-defesa. Não era preciso
arriscar muito, nem com muitos jogadores, bastava que conseguissem sair da primeira
linha de pressão, ou não despachassem bolas para onde estavam virados quando não
tinham ninguém por perto e, o golo estaria ao virar da esquina. Pedro Emanuel um
treinador da “nouvelle vague”, ontem utilizou uma estratégia “old school”.