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Benfica

O Benfica conseguiu ontem preciosa vitória contra os estudantes. Um golo, no final da partida de grande penalidade, manteve os encarnados de braço dado na liderança da liga. Uma partida não muito bem conseguida por parte dos homens da Luz, onde lhes faltou velocidade e alguma criatividade. De qualquer forma foi um jogo de sentido único, onde a derrota do Benfica nunca esteve em causa e apenas o empate pairou no ar, devido à ineficácia do seu ataque. Sem Cardozo e Matic as apostas recaíram em Rodrigo e André Almeida, que sem fazerem um jogo brilhante, não foi por eles que os encarnados emperraram no ataque. Uma primeira parte sem golos, onde a lentidão nos processos ofensivos e a falta de espaço nas costas do adversário não lhe permitiu muitas oportunidades. A segunda parte começou na mesma toada, alguns ataques perigosos que não culminavam em golo. Jorge Jesus percebeu que tinha de alterar alguma coisa, manter a largura mas aumentar a altura e a compleição física na área e lançou Kardec. Uma opção ajustada perante o que se estava a passar, apesar do brasileiro ter acrescentado pouco individualmente. O preterido foi Ola John, aqui não percebi, tirar um ala para pôr mais um avançado quando já tinha dois! Ainda para mais quando o holandês, sem brilhar muito é certo, era dos jogadores que até estava a dar alguma dinâmica à partida! Passar Rodrigo para extremo era adaptar, mas como JJ gosta de adaptações… Mas também só durou 6 minutos, aos 66 Gaitán substituiu Rodrigo e tudo voltou ao normal, com a variante que Kardec é um avançado mais imponente e mais forte no jogo aéreo. Um minuto depois a última substituição, Carlos Martins por André Almeida, o jogo permitia este tipo de risco e o técnico benfiquista lançou mais um jogador criativo em detrimento do equilíbrio da equipa. O resultado destas apostas foi nulo, o Benfica continuou a criar oportunidades de quando em vez, apesar de estar constantemente no meio campo adversário. A Académica defendia com quase toda a toda a equipa atrás da linha de bola, a excepção era Edinho, e raramente permitiu espaços nas suas costas, muito menos no centro da área, o que não significa que não sofresse alguns calafrios. E quando o empate parecia ser o resultado mais certo, eis que o Benfica chega à vantagem por Lima, na transformação de uma grande penalidade. Um resultado justo por números escassos, tendo em conta a produtividade de ambas as equipas.

Académica

Foi por pouco, mesmo muito pouco, que a Académica não saiu da Luz com um ponto. Apesar de quase ter conseguido, a verdade é que não o merecia. Recuar linhas e pô-las todas atrás da linha de bola eu percebo, ocupar os espaços consoante os pontos fortes do adversário também percebo, agora abdicar de atacar, isso é que eu já não entendo. Os estudantes perderam ontem a possibilidade de saírem do Estádio da Luz com três pontos. A estratégia de Pedro Emanuel defensivamente resultou razoavelmente, o Benfica não criou muitas oportunidades, não conseguiu ter espaço para desenvolver ataques rápidos e raramente apareceram jogadores sem marcação. Só que o futebol joga-se com duas balizas, e se numa o treinador academista montou uma estratégia, que não sendo perfeita nem isenta de erros foi funcionando, em relação à outra abdicou completamente dela. Quem joga para o empate normalmente perde, costuma-se dizer, para mim quem joga para o empate devia perder sempre. E não vale pena dizer que quem elogiou o Manchester por baixar linhas contra o Real, agora não pode criticar o jogo dos academistas. Falso, o Manchester baixou linhas e esteve à espera do erro do adversário, tudo isto é verdade, mas sempre que teve a bola procurou a outra baliza, Aliás, os ingleses marcaram um golo e criaram várias oportunidades para marcar, podendo até ter vencido a partida. Ora isto foi coisa, que ontem não esteve em causa. A Académica limitou-se a destruir e dar a bola ao adversário. Se os estudantes tivessem mais audácia, a partir dos 75/80 minutos com um pouco mais de critério, apenas um pouco não era preciso muito, na saída de bola teriam feito estragos sérios na Luz. O Benfica estava completamente desequilibrado, só Luisão e Garay se mantinham na linha defensiva, todos os restantes estavam envolvidos no processo ofensivo e, mal posicionados para uma transição ataque-defesa. Não era preciso arriscar muito, nem com muitos jogadores, bastava que conseguissem sair da primeira linha de pressão, ou não despachassem bolas para onde estavam virados quando não tinham ninguém por perto e, o golo estaria ao virar da esquina. Pedro Emanuel um treinador da “nouvelle vague”, ontem utilizou uma estratégia “old school”.

Comentador: Pedro Santos Pereira
Fonte: www.vantagemnumerica.pt
Autor: Pedro Pereira
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