BEM VINDO AO NOSSO SITE
Terca-feira, 23-04-2024 19:21
Periodicidade Semanal Nº 4009
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Que jogo
frenético este! Manchester United e Real Madrid protagonizaram um grande jogo
de futebol.
As duas
equipas vinham bem embaladas. A da casa tem uma vantagem confortável sobre o
segundo classificado que é o seu rival de Manchester. O Real vinha de duas boas
vitórias sobre o rival Barcelona.
A atmosfera
sobre o encontro era de festa. Esperava-se o regresso de Ronaldo a Old Trafford
desde que deixou o clube. Os treinadores respeitam e admiram-se mutuamente. Os
adeptos estavam em festa, enfim. Todas as condições estavam reunidas para o
encontro que foi classificado por muitos como a final antecipada.
As equipas
entraram muito nervosas em campo. Passes falhados, cortes disparatados, lances
mal construídos, acusaram claramente a pressão do jogo.
Mas desde
logo se percebeu o que os treinadores queriam do jogo. Ferguson montou uma
estratégia muito inteligente. Quando não tinha bola baixava bem as suas linhas
para não permitir espaço nas costas da sua defesa que não prime pela rapidez,
pressionar as peças que construem o jogo dos madrilenos e quando tinha bola
rapidamente era lançada num dos homens da frente ora Welbeck ora Van Persie que
eram apoiados por Nani e Giggs.
O Real
tentava assumir o jogo mas foi sempre muito lento. Era necessário rodar a bola
com rapidez de um flanco para o outro para desequilibrar a defesa contrária,
mas nunca foi eficaz nessa tarefa, mérito do United que fechava sempre muito
bem os espaços tanto no miolo com Carrick e Cleverley ora nas alas com Nani e
Giggs.
O United foi
a equipa mais perigosa na primeira parte. Quando conseguia ligar as suas
jogadas de contra ataque criava algum perigo. Welbeck foi sempre um jogador em
destaque pela velocidade que oferecia ao jogo quer ao centro quer nos flancos
quer em desmarcações nas costas da defesa.
O Real
estava maniatado. Tinha as suas peças bem marcadas e Ronaldo tentava aparecer
mas era imediatamente rodeado por dois ou 3 jogadores da equipa da casa.
O jogo foi
para o intervalo em zero igual e apesar de tudo aceitava-se.
No segundo
tempo o United entra muito bem e consegue mesmo o golo numa jogada de
insistência com Nani em destaque, forçando o auto golo de Sérgio Ramos.
O Real tinha
agora uma tarefa ainda mais complicada pois tinha de marcar um golo para
empatar a eliminatória. Mas o United continuava bem fechado na sua retaguarda e
ameaçando sempre em rápidos contra ataques.
Até que
surge, quanto a mim, o momento decisivo do jogo. Um lance disputado entre Nani
e Arbeloa em que os dois ficam no chão. O árbitro marca falta, e bem, a favor
dos madrilenos mas consegue surpreender o mundo do futebol e exibe o cartão
vermelho ao português.
Sem qualquer
tipo de patriotismo, nota-se perfeitamente que Nani tem os olhos na bola, que
está no ar, e salta com o pé no ar com a intenção de a dominar. É bem claro que
o jogador não se apercebe que tem um adversário nas costas. Admitindo que é
falta, admitindo que Nani foi imprudente e perigoso até, seria perfeitamente
justo que lhe fosse mostrada a cartolina amarela. Mas o árbitro conseguiu ver e
entender o que ninguém entendeu. Um erro claro que a este nível é inadmissível.
A partir daí
entra em acção José Mourinho. Logo de seguida e sem perder tempo faz entrar
Modric em jogo e abdica do lateral Arbeloa. Mas as alterações com a expulsão de
Nani não foram apenas no Real, também foram no United pois Welbeck, que era a
carraça de Xabi Alonso e não o deixou construir o jogo dos madrilenos alterou a
sua posição para ir fechar o flanco, fragilizado com a saída de Nani. E então o
Real ganha a triplicar. Porquê? Fica com mais um jogador em campo, vê o seu
melhor médio de construção e com melhor qualidade de passe e visão de jogo que
é Alonso ficar livre de marcação e é adicionado um jogador com a qualidade de
Modric ao meio campo. Fica claramente em vantagem.
A meu ver,
Ferguson podia e deveria ter reforçado o meio campo mas Mourinho foi mais
perspicaz.
O United a
parir daí nunca mais conseguia sair a jogar. Joga de mestre de Mourinho que deu
um sinal claro à equipa que era esta a oportunidade deles e era para ir para
cima com tudo.
Até que
Modric tira um coelho da cartola e faz um belo golo fora de área sem hipóteses
para De Gea. Estava assim empatada a eliminatória e o United em maus lençóis.
O Real
continuou a pressionar e logo chegou ao segundo golo com uma excelente jogada
entre Modric, Ozil, Higuain e Ronaldo que fez um belo golo e com um gesto de
grande humildade ao não festejar o golo, pedindo até desculpas.
Ferguson
tenta mexer na equipa e a verdade é que o Real depois de estar a vencer baixa
as suas linhas novamente apostando na solidez defensiva e em contra ataques
rápidos. O United nunca desistiu e com muito coração criou muito perigo junto à
baliza de Diego Lopez que assumiu o protagonismo e efectuou excelentes
intervenções que poderiam dar a vitória ao United. Claro que a equipa de
Ferguson destapou a sua defensiva e não fosse um Ronaldo com a pontaria
desafinada e a eliminatória poderia ter acabado mais cedo ainda.
Uma palavra
para o enorme coração do United que mesmo subtraído de um jogador, mesmo a
perder a eliminatória e com a obrigação de marcar dois golos para seguir em
frente lutou sempre e fez “tremer” o Real.
A vitória do
Real é justa porque marcou mais golos, mas profundamente manchada pelo erro do
árbitro que alterou completamente o jogo.
Como disse Mourinho após o encontro, e com grande humildade, se não tivesse existido a expulsão o Real não teria ganho o jogo.
Quanto à arbitragem,
para além do erro na expulsão de Nani, não viu uma grande penalidade a beneficiar
o Real por mão de Rafael em cima da linha de golo e consequente vermelho
directo. E não viu a mão de Ramos a um remate de Welbeck. Tendo em conta que,
quanto a mim, a expulsão foi decisiva no jogo e foi uma decisão errada, terei
de dar uma nota negativa ao trabalho do árbitro e da sua equipa.
Quero
destacar deste jogo um senhor do futebol, uma lenda viva chamado Ryan Giggs.
Que exemplo este senhor é para todos aqueles que adoram futebol. Jogou os 90
minutos com 39 anos de idade e completou o seu jogo 1000! Um feito ao alcance
de poucos. E que bem ele jogou, grande qualidade de passe, visão de jogo,
maturidade para perceber se deve acelerar ou acalmar o jogo, intensidade,
velocidade, técnica e liderança. De facto um jogador ímpar.
Gostaria
também de destacar o papel dos treinadores. Fantástico o modo como abordaram o
jogo antes, durante e depois. Marcante o momento em que Mourinho troca algumas
palavras com Ferguson durante o jogo, mostrando a grande cumplicidade e
respeito mútuo que têm e a forma de estar que ambos têm no futebol.
De enaltecer
também os adeptos presentes. Bonita homenagem fizeram a Ronaldo, aplaudindo e
recebendo-o muito bem antes do jogo mostrando que não foi esquecido e que é
adorado independentemente da camisola que usar. Ronaldo retribuiu e referiu
mesmo que nunca irá esquecer aqueles momentos.
É sempre
bonito ver quando o futebol é uma festa partilhada por todos os intervenientes.
Foi um
excelente jogo de futebol que ficará certamente para a história. Defrontaram-se
dois colossos do futebol mundial e dois dos melhores treinadores do mundo. Seguiu em frente o Real
Madrid mas poderia muito bem ter sido o Manchester United.
Fica para a história o resultado e na memória dos amantes do futebol este duelo de titãs fabuloso.