Crônicas de Comentadores
Braga alcança segundo troféu da história
O porquê da vitória do Braga
Braga alcança segundo troféu da história
Sporting de Braga
Os bracarenses estão de parabéns, pois conquistaram o segundo troféu da sua já longa história. Depois da vitória na Taça de Portugal em 1966, comandados por Manuel Palmeira e Rui Sim-Sim, os bracarenses voltaram a festejar um título, desta feita com José Peseiro ao leme. Aliás a dupla António Salvador e José Peseiro devem ter tido uma noite radiante, pois foi o primeiro troféu de ambos nas suas carreiras desportivas.
Passando ao jogo, os arsenalistas venceram a final da Taça da Liga de uma forma justa. Numa primeira parte onde se limitaram a controlar o jogo ofensivo portista, os bracarenses tiveram no minuto 44 a chave do encontro, uma dádiva vinda do Senegal que consistiu numa grande penalidade sobre Mossoró e consequente expulsão de Abdoulaye. Alan transformou o castigo máximo com eficiência e transformou por completo a partida, o Braga saía na frente e em superioridade numérica para o intervalo. No segundo tempo a equipa tentou fazer aquilo que José Peseiro tinha anunciado como objectivo, uma equipa com posse de bola a controlar a partida, algo que se pensou possível, devido à inferioridade numérica portista, mas que na realidade nunca aconteceu. O jogo ficou partido e nenhuma equipa assumiu o domínio do encontro, sendo propício a erros e oportunidades de golo, algo que os bracarenses dispuseram em dose suficiente para dilatar o marcador. De qualquer forma fica o registo de um Braga pouco eficaz na marcação e de pouca circulação de bola, não conseguindo congelar o jogo num momento em que o ímpeto portista a isso obrigava. O golo rondava ambas as balizas, em maior quantidade na de Fabiano, gerando-se uma incerteza quanto ao marcador, algo que a equipa de José Peseiro deveria ter refreado. Destaque para a actuação de Mossoró, um jogador de passe curto, pressão e muita movimentação, que encaixaria que nem uma luva no meio campo portista, que acelera o jogo bracarense e cria grande dinâmica. Também Alan, conseguiu segurar a bola nos momentos de maior aperto, Nuno André Coelho, um pronto-de-socorro extremamente eficaz, e a dupla Custódio – Hugo Viana, conseguiram estacar grande parte dos ataques portistas e tentaram sempre iniciar de forma rápida as transições ofensivas dos arsenalistas. Uma vitória que vem dar maior ânimo na luta pelo terceiro lugar com o Paços de Ferreira, um objectivo que se afigura complicado.

FC Porto
Ainda não foi desta que os dragões conquistaram o único troféu nacional que lhes falta. Nem a história jogou a seu favor, nos anteriores confrontos em finais com o Sporting de Braga o FC Porto tinha ganho sempre. Depois de Jesualdo Ferreira ter perdido a final contra o Benfica em 2010, agora foi a vez de Vítor Pereira fazer o mesmo, só que desta feita contra os arsenalistas.
Esta final foi uma partida onde o técnico portista voltou a cometer os erros do costume, a usar uma estratégia que já tinha dado maus resultados em Málaga. Teimosia ou crença no seu trabalho? Seja qual for a premissa a verdade é que os resultados não a têm justificado. Com a integração de um médio (Defour) no lugar de ala, a ideia deverá ser um maior equilíbrio que permita um maior domínio de jogo. Só que a equipa quando joga com dois alas nas funções de alas, além de não haver adaptações, a equipa já é equilibrada, permite poucas ocasiões de golo ao adversário, tem maior posse de bola e consegue criar mais situações de finalização, a grande pecha dos portistas nos últimos meses. Não se percebe o porquê desta insistência, até porque não pode ter a ver com o adversário, Vítor Pereira já usou Rodriguez e Varela contra o Barcelona na Supertaça Europeia, ou Hulk e Varela contra o Benfica na Luz a época passada, portanto não é uma questão de timidez, é uma opção consciente que deturpa aquilo que construiu durante quase dois anos. É óbvio que estas evidências surgem com maior facilidade quando se perde, mas a realidade é que estas alterações limitam a possibilidade de ganhar, pois produz-se menos. Que o diga Jackson Martinez, que com estas variantes passou a marcar menos, fruto da escassez de oportunidades que dispõe, tornando-se cada vez mais um jogador abandonado. Outra questão tem a ver com Kelvin, de proscrito passou quase a salvador. Depois de ter perdido protagonismo, era quinta opção atrás de Varela, James, Atsu e Iturbe, depois passou para sexta opção, ficando à frente James, Varela, Atsu, Izmaylov e Sebá, para de um momento para o outro, em função de dois golos obtidos em 10 minutos, passar a ser a segunda opção como ala, atrás de James, passando Atsu e Izmaylov. A moral é importante mas não é tudo, nem pouco mais ou menos, principalmente numa partida em que é preciso inteligência e experiência, algo que o brasileiro ainda não tem. São este tipo de opções que colocam em causa um bom trabalho de campo, que tem produzido em muitos momentos futebol de qualidade, mas que estas variâncias têm posto em questão.
Quanto ao jogo propriamente dito, tudo o que foi dito atrás faz sentido mas só a derrota só surgiu fruto de erros individuais. Podemos colocar em causa muita coisa e argumentá-la, mas o momento que determina a derrota do FC Porto é a grande penalidade aos 44 minutos, mas acima de tudo a expulsão de Abdoulaye. Até aí o Braga não tinha criado um único lance de golo, e mesmo lance do penalti não o é, enquanto os dragões já por duas vezes tinham tido oportunidade para inaugurar o marcador. Até esse momento os portistas dominavam o jogo, ao contrário do que José Peseiro pretendia, a posse de bola era do FC Porto, só que era muita parra e pouca uva, muita bola mas pouco perigo. Até que Abdoulaye de uma forma inexperiente abriu caminho para a vitória bracarense, cometeu uma grande penalidade escusada e com isso foi expulso, porque já antes tinha visto um amarelo numa abordagem intempestiva após erro crasso de Danilo. Na segunda parte os dragões lutaram para chegar ao empate, conseguiram criar o caos no jogo, mas a inferioridade numérica dentro da área era confrangedora. Vários foram os cruzamentos de Alex Sandro, mais uma grande exibição, que eram desviados pela defesa arsenalista, que com facilidade conseguiam com três e quatro homens manietar Jackson. James procurava organizar, mais um, raramente entrando na zona de finalização. A anarquia subiu de tom com a entrada de Kelvin para o lugar de Defour, o que possibilitou ao Braga várias oportunidades claras de golo, que só um inspirado Fabiano ou a incompetência bracarense na finalização conseguiram resolver. Um resultado justo que põe Vítor Pereira ainda mais longe da renovação, aliás mesmo que hipoteticamente vença a Liga dificilmente continuará. Ele que tem um dos melhores desempenhos na Liga desde sempre, com números verdadeiramente excepcionais, em 55 jogos venceu 42 vezes, empatou 12 e perdeu apenas uma vez.
Comentador: Pedro Santos Pereira
Fonte: www.vantagemnumerica.pt
Autor: Pedro Pereira
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