A declaração de Jorge Jesus, que garantiu que
Oscar Cardozo não renderia o mesmo se alinhasse de início, vale tanto
como qualquer outra que não possa ser testada pela realidade. Acredito
na estratégia como factor preponderante de um jogo de futebol mas é mais
complicado convencer-me da bondade de uma estratégia que passa por
deixar o goleador de uma equi
pa meio jogo a assistir do banco à inoperância atacante dos companheiros.
E podem os apologistas da manha das velhas raposas falar do que fez
Alex Ferguson, que virou o jogo de Braga quando chamou ao relvado Robin
Van Persie, mas a verdade é que as situações de Benfica e Manchester
United eram muito diferentes à partida. Se o Benfica precisava
absolutamente de ganhar ao Spartak Moscovo para se manter vivo e por
isso a reserva de Cardozo (já habitual nos jogos da Champions, de resto)
pareceu lesiva dos seus interesses, para o Manchester United era mais
ou menos irrelevante este resultado, pelo que a ausência de Van Persie
teve apenas a ver com poupança para compromissos mais importantes, na
Premier League.
No fim, Cardozo entrou a tempo de resolver a partida
com o Spartak, mas a vida do Benfica não ficou mais fácil, devido à
vitória do Celtic Glasgow sobre o Barcelona, que agora obriga os
encarnados a ganhar aos escoceses e a fazer no Nou Camp pelo menos o
mesmo resultado que estes fizerem em casa com o Spartak. E, mesmo com a
derrota de ontem, o Braga está a apenas um ponto do segundo lugar, já
tendo defrontado por duas vezes os ingleses. Para o apuramento deve
bastar-lhe uma vitória e um empate, preferencialmente a buscar com os
melhores em campo desde o início.
Em Jogo, TSF, 8/11