Entorse de tornozelo pode ser definido como: lesão articular que gera
dor, limitação funcional (perda de movimentos) e instabilidade
articular, podendo ou não estar associada à lesão ligamentar. No
complexo articular do tornozelo temos 7 ligamentos (3 laterais e 4
mediais) que juntamente com músculos e estruturas ósseas são
responsáveis pela estabilidade do tornozelo.
Estima-se que 25 mil pessoas sofrem algum tipo de entorse de tornozelo
por dia. É uma lesão banalizada pelas pessoas comuns, porém é uma das
principais lesões desportivas que acomete atletas de diversas
modalidades, tendo o atletismo, basquete, vôlei e futebol como os
desportos com maior incidência.
Os entorses são classificados de
acordo com sua gravidade: grau I-leve (leve estiramento de ligamentos,
edema e equimose mínimos), grau II-moderado (lesões parciais de
ligamentos, edema difuso e equimose mais ampla), grau III-grave (lesões
totais/rupturas completas dos ligamentos, edema e equimose mais
intenso). Os entorses também recebem classificação quanto ao tipo,
podendo ser, entorse por inversão (Quando durante a torsão o pé vira
para dentro) e entorse por eversão (Quando durante a torsão o pé vira
para fora).
Os entorses por inversão são os mais comuns
representando 90 do total de lesões, e está geralmente associado a
alguma lesão ligamentar. Os entorses por eversão são mais incomuns e
podem estar associados, além de lesão ligamentar, com alguma fratura
óssea.
Pé pronado, pé supinado, pé cavo, diminuição de força dos
músculos que agem sobre o tornozelo, frouxidão ligamentar, déficit
proprioceptivo, joelhos em valgo, joelhos em varo e demais alterações
rotacionais dos membros inferiores são alguns fatores intrínsecos que
podem gerar entorses de tornozelo.
Os traumas desportivos, quedas
de escadas e degraus e as condições precárias das vias publicas são
fatores extrínsecos que podem contribuir para os entorses de tornozelo.
O
diagnostico baseia-se na história relatada pelo paciente, testes
específicos para avaliar o grau de estabilidade ou instabilidade
articular e exames de imagem como raio-x para avaliar estruturas ósseas e
ressonância para avaliar estruturas moles como músculos e ligamentos.
O
tratamento varia dependendo da gravidade do trauma e das possíveis
lesões associadas. O objetivo do tratamento da lesão do tornozelo é o
retorno às atividades diárias (esporte/trabalho), com remissão da dor,
inchaço e inexistência de instabilidade articular. Para isso diversas
medidas podem ser adotadas (gelo, faixa compressiva, medicação adequada,
fortalecimento muscular, treino proprioceptivo, etc.), porém devem ser
realizadas sob orientação de profissionais capacitados. Abandonar o
tratamento antes da hora, só porque não há mais dor, pode favorecer a
ocorrência de entorses de repetição. Cada vez que ocorre um entorse pode
haver um atrito na cartilagem que reveste a extremidade dos ossos
levando ao desenvolvendo de um desgaste precoce da cartilagem (artrose).