Segundo investigadores da Faculdade de Psicologia da Universidade de
Dundee (UD), na Escócia, a prática de exercício físico regular, de
intensidade moderada a forte, melhora o desempenho académico dos mais
jovens. A conclusão partiu da análise de cerca de 5.000 crianças
britânicas com idades entre os 11 e os 16 anos.
Publicado no British Journal of Sports Medicine, o estudo aponta para
resultados a longo prazo, com um efeito 'dose-resposta' - 'quanto mais
intenso for o exercício, mais impacto há nos resultados académicos',
lê-se na publicação.
Ao longo da investigação, a equipa, coordenada pelo professor J. N.
Booth da UD, avaliou a duração e a intensidade da atividade física
diária das crianças, em períodos de 3 e 7 dias, usando um
'acelerómetro', um dispositivo usado num cinto elastico.
O aparelho mostrou que, em média, os rapazes faziam cerca de 30 minutos
de exercício físico diário, enquanto as raparigas faziam cerca de 20
minutos - números 'significativamente abaixo dos 60 minutos
recomendados', sublinham os especialistas.
Posteriormente, os investigadores avaliaram o desempenho académico das
crianças nas disciplinas de Inglês, Matemática e Ciências, recorrendo
aos exames nacionais obrigatórios aos 11, 13 e 15/16 anos.
Para além dos resultados mostrarem que um melhor desempenho académico,
nas três disciplinas, estava relacionado com a quantidade de atividade
física que os jovens levavam a cabo diariamente, comprovaram ainda que a
prestação das raparigas em Ciências era particularmente beneficiada com
o exercício físico.
A situação verificou-se em todos os escalões analisados, o que levou os
investigadores a questionarem-se sobre quais seriam os resultados
académicos dos jovens se os mesmos praticassem, diariamente, os 60
minutos de exercício físico recomendados.
'Se a atividade física regular, seja moderada ou forte, influencia o
desempenho escolar, isto tem implicações na saúde pública e nas
políticas de educação, sendo que as escolas e os pais têm um importante
papel ao potenciarem um aumento significativo e sustentado da atividade
física das crianças', concluem os investigadores.
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